quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

ESSÊNCIA VIVA DO PAMPA.

Crescer no pago sulino
 Sobre o lombo do cavalo
É cumprir com seu destino
Sem nunca errar um pealo;
Conservar a tradição,
Dar de espora em redomão
No centro da polvadeira,
É honrar o pago em si
E viver desde guri
Na atividade campeira.

Nas noitadas de domingo
Nunca ser um maturrango,
Mas encilhar o seu pingo
Pra visitar um fandango.
E sem se fazer de tonto,
Ouvir uma gaita ponto
Choramingar a vaneira,
Enquanto na multidão
Vai procurar no salão
Uma prenda dançadeira.

Pois quem já nasce gaudério
Não tem um destino certo,
Sai pra desvendar mistério
Que ainda está encoberto;
Não importando a distância,
Percorre qualquer estância
Com seu cavalo alazão
Que galopa pela estrada
E às vezes pede pousada
Sobre o teto de um galpão.

Assim o gaúcho vive
Neste solo pampiano,
Entre penhasco e declive
Sempre tem um lugar plano
Com pastagem verdejante,
Igual tapete gigante
Pela sua linda estampa
Que reflete o céu azul,
Meu Rio Grande do Sul,
Essência viva do pampa.

José Heitor Fonseca.

CORDEL GAÚCHO.

A TRAGÉDIA EM SANTA MARIA

Nos versos que faço aqui
Com enorme sentimento,
O pago ficou de luto
Quando naquele momento
Um incêndio pavoroso
Causou tamanho tormento
Na tal de boate Kiss
E o triste acontecimento
Foi notícia pelo mundo
Como um grito de lamento.

Até nossa Presidenta
Chorou com grande emoção
Ao saber desta tragédia
Que comoveu a nação.
Eram jovens estudantes
Que estavam na diversão
E suas vidas ceifadas
Dentro daquele salão,
Deixando seus próprios pais
Em grande lamentação.

Comentar essa tragédia,
Peço que o Senhor me ajude,
Pois via nos estudantes
A força da juventude
Com um futuro brilhante,
Sem problemas de saúde
Gozando de nova vida
Em toda a sua amplitude,
Mas o destino macabro
Foi cruel, mesquinho e rude.

Aniquilando de vez
A esperança radiante
Que nascia em cada mente
Ter um futuro brilhante
Na profissão escolhida
Pelo jovem estudante,
Mas a morte tenebrosa
Emergiu naquele instante
Trazendo dor e tristeza
Ao nosso Brasil gigante.

Santa Maria virou
Notícia por todo o mundo,
As manchetes de jornais
Propagaram num segundo
A tragédia da boate
Com sentimento profundo.
E na contagem dos mortos,
Tinha jovem moribundo
Que mais tarde faleceu,
Deste acidente oriundo.

As vítimas foram tantas
Que nem numerar consigo,
Pois dentro dos hospitais
Alguns estão em perigo
Pela grande gravidade,
Por isso prezado amigo,
Que nossas orações sirvam
De consolação e abrigo
Neste momento difícil
Que mais parece um castigo.

Aos pais enlutados que
Sofrem pela triste ausência
Dos seus filhinhos queridos,
Que Jesus dê resistência
E amparo nesse momento,
Pois é com benevolência
Que faço meus versos rudes
Num ato de condolência,
Pedindo que confiem
Na Divina Providência.

Eu sei que a dor é feroz
E maltrata o coração,
Parece uma chaga aberta
Trazendo imensa aflição,
Mas podemos abrandar
Pelo poder da oração,
Se com fé buscarmos Deus,
Tendo muita devoção,
Só assim será quebrada
Toda a corrente ou grilhão.

A tragédia da boate
Com tempo ninguém esquece,
Principalmente a família
Que com a perda – padece,
Pois é com passar do tempo
Que essa saudade cresce,
Por isso prezados pais,
O poder que fortalece
É o que vem do bom Deus,
Por meio da nossa prece.

Portanto caro leitor,
É com tristeza que falo:
A morte vem de surpresa,
Como quem surge a cavalo
Provocando em todos nós
Doloroso e forte abalo,
Pois com essa dor imensa
De não fazer intervalo,
Sinto o quanto sou pequeno
E sem palavras me calo.


José Heitor Fonseca.

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VERDE PAMPA

AMOR PELO PAGO.





Este meu pago sulino
Que cultiva a tradição
Onde se junta à gauchada
Perto do fogo de chão
Tomando este verde amargo
Chamado de chimarrão
Que aquece em tempo de inverno
A peonada no galpão
Enquanto conta-se causo
Falando de marcação.

É meu Rio Grande do Sul
Com seu tradicionalismo
Pois nesta lida campeira
Não há motivo pra abismo
Conservamos nossas raízes
Com enorme brilhantismo
Levando de pago em pago
A bandeira do gauchismo
Pois este pampa gaúcho
É cenário pra turismo.

E os versos rudes que faço
Vão saltando da memória
Assim como o peão salta
Sempre em busca de vitória
No lombo do potro xucro
Em um momento de glória
Para vencer a disputa
E cumprir a trajetória
Deste modo são meus versos
Pesquisando nossa história.







Quem faz a lida campeira
Na sua simplicidade
Eu comparo com meu verso
Que tem a mesma igualdade
É bem simples de fazer
Sai com naturalidade
Para falar do meu pampa
Que tem hospitalidade
Pois amo minha querência
Desde minha tenra idade.

Portanto prezado amigo
Sou mais um touro que berra
Também sou o som da gaita
Tocado em cima da serra
Sou o ronco ritmado
Do bugio que jamais erra
Sou paisagem colorida
Também fuzil para guerra
Porém no verso bagual
Sou um filho desta terra.

Sou passarinho que canta
No tronco duma forquilha
Sou um herói que lutou
Na revolta farroupilha
Também sou peão de estância
Laçando lá na coxilha
Porém jamais eu serei
Alguém isolado em ilha
Pois bom gaúcho de fato
Luta firme – não se humilha.








Tenho que ter muito orgulho
Desta minha descendência
E dos heróis farroupilhas
Que pelearam na querência
Derramando muito sangue
Pra trazer independência
Ao nosso solo pampiano
Pois trago na consciência
Mesmo amor pelo torrão
Por toda a minha existência.

Quem não ama sua terra
Não tem memória – talento
É semelhante uma folha
Que voa conforme o vento
Mas quem ama seu torrão
Já não vive no relento
Pois sabe que tem um lar
Para o seu acolhimento
Ali não sofre tortura
E nem passa por tormento.

Gaúcho Caçapavano
É firme – não escorrega
Lino Azambuja dizia:
“Caçapava não se entrega!”
Concordo com sua frase
Quem é gaúcho não nega
Morre peleando no campo
Sem se esconder na macega
Também sou de Caçapava
Touro bravo não me pega.








Patrício, peço desculpa,
Aqui faço a despedida.
Se meu verso não for bom
Toda a rima está perdida,
Do contrário meus amigos
Agradeço essa acolhida
Pois tenho sangue de taura
Que peleja pela vida
Mas não esquece seu chão
Mesmo que dê a partida.

JOSÉ HEITOR FONSECA.



WALMOR CHAGAS





Foi nas Minas do Camaquã,
Que tudo parecia estar pronto,
Para acontecer esse encontro;
De um grande artista com seu fã!

Vim conhecer-te por acaso,
Caminhando por essas plagas,
Velho guerreiro Walmor Chagas,
E não me fizeste descaso!

Em versos singelos, sem luxo,
É que faço esta homenagem,
Por saber que é um gaúcho!

Do teatro é um baluarte,
E sempre com muita coragem,

Leva pelo mundo sua arte!...