quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

AMOR PELO PAGO.





Este meu pago sulino
Que cultiva a tradição
Onde se junta à gauchada
Perto do fogo de chão
Tomando este verde amargo
Chamado de chimarrão
Que aquece em tempo de inverno
A peonada no galpão
Enquanto conta-se causo
Falando de marcação.

É meu Rio Grande do Sul
Com seu tradicionalismo
Pois nesta lida campeira
Não há motivo pra abismo
Conservamos nossas raízes
Com enorme brilhantismo
Levando de pago em pago
A bandeira do gauchismo
Pois este pampa gaúcho
É cenário pra turismo.

E os versos rudes que faço
Vão saltando da memória
Assim como o peão salta
Sempre em busca de vitória
No lombo do potro xucro
Em um momento de glória
Para vencer a disputa
E cumprir a trajetória
Deste modo são meus versos
Pesquisando nossa história.







Quem faz a lida campeira
Na sua simplicidade
Eu comparo com meu verso
Que tem a mesma igualdade
É bem simples de fazer
Sai com naturalidade
Para falar do meu pampa
Que tem hospitalidade
Pois amo minha querência
Desde minha tenra idade.

Portanto prezado amigo
Sou mais um touro que berra
Também sou o som da gaita
Tocado em cima da serra
Sou o ronco ritmado
Do bugio que jamais erra
Sou paisagem colorida
Também fuzil para guerra
Porém no verso bagual
Sou um filho desta terra.

Sou passarinho que canta
No tronco duma forquilha
Sou um herói que lutou
Na revolta farroupilha
Também sou peão de estância
Laçando lá na coxilha
Porém jamais eu serei
Alguém isolado em ilha
Pois bom gaúcho de fato
Luta firme – não se humilha.








Tenho que ter muito orgulho
Desta minha descendência
E dos heróis farroupilhas
Que pelearam na querência
Derramando muito sangue
Pra trazer independência
Ao nosso solo pampiano
Pois trago na consciência
Mesmo amor pelo torrão
Por toda a minha existência.

Quem não ama sua terra
Não tem memória – talento
É semelhante uma folha
Que voa conforme o vento
Mas quem ama seu torrão
Já não vive no relento
Pois sabe que tem um lar
Para o seu acolhimento
Ali não sofre tortura
E nem passa por tormento.

Gaúcho Caçapavano
É firme – não escorrega
Lino Azambuja dizia:
“Caçapava não se entrega!”
Concordo com sua frase
Quem é gaúcho não nega
Morre peleando no campo
Sem se esconder na macega
Também sou de Caçapava
Touro bravo não me pega.








Patrício, peço desculpa,
Aqui faço a despedida.
Se meu verso não for bom
Toda a rima está perdida,
Do contrário meus amigos
Agradeço essa acolhida
Pois tenho sangue de taura
Que peleja pela vida
Mas não esquece seu chão
Mesmo que dê a partida.

JOSÉ HEITOR FONSECA.



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