Este meu
pago sulino
Que
cultiva a tradição
Onde se
junta à gauchada
Perto do
fogo de chão
Tomando
este verde amargo
Chamado
de chimarrão
Que
aquece em tempo de inverno
A peonada
no galpão
Enquanto
conta-se causo
Falando
de marcação.
É meu Rio
Grande do Sul
Com seu
tradicionalismo
Pois
nesta lida campeira
Não há
motivo pra abismo
Conservamos
nossas raízes
Com
enorme brilhantismo
Levando
de pago em pago
A
bandeira do gauchismo
Pois este
pampa gaúcho
É cenário
pra turismo.
E os
versos rudes que faço
Vão
saltando da memória
Assim
como o peão salta
Sempre em
busca de vitória
No lombo
do potro xucro
Em um
momento de glória
Para
vencer a disputa
E cumprir
a trajetória
Deste
modo são meus versos
Pesquisando
nossa história.
Quem faz
a lida campeira
Na sua
simplicidade
Eu
comparo com meu verso
Que tem a
mesma igualdade
É bem
simples de fazer
Sai com
naturalidade
Para
falar do meu pampa
Que tem
hospitalidade
Pois amo
minha querência
Desde
minha tenra idade.
Portanto
prezado amigo
Sou mais
um touro que berra
Também
sou o som da gaita
Tocado em
cima da serra
Sou o
ronco ritmado
Do bugio
que jamais erra
Sou
paisagem colorida
Também
fuzil para guerra
Porém no
verso bagual
Sou um
filho desta terra.
Sou
passarinho que canta
No tronco
duma forquilha
Sou um
herói que lutou
Na
revolta farroupilha
Também
sou peão de estância
Laçando
lá na coxilha
Porém
jamais eu serei
Alguém
isolado em ilha
Pois bom
gaúcho de fato
Luta
firme – não se humilha.
Tenho que
ter muito orgulho
Desta
minha descendência
E dos
heróis farroupilhas
Que
pelearam na querência
Derramando
muito sangue
Pra
trazer independência
Ao nosso
solo pampiano
Pois
trago na consciência
Mesmo
amor pelo torrão
Por toda
a minha existência.
Quem não
ama sua terra
Não tem
memória – talento
É
semelhante uma folha
Que voa
conforme o vento
Mas quem
ama seu torrão
Já não
vive no relento
Pois sabe
que tem um lar
Para o
seu acolhimento
Ali não
sofre tortura
E nem
passa por tormento.
Gaúcho
Caçapavano
É firme –
não escorrega
Lino
Azambuja dizia:
“Caçapava
não se entrega!”
Concordo
com sua frase
Quem é
gaúcho não nega
Morre
peleando no campo
Sem se
esconder na macega
Também
sou de Caçapava
Touro
bravo não me pega.
Patrício,
peço desculpa,
Aqui faço
a despedida.
Se meu
verso não for bom
Toda a
rima está perdida,
Do
contrário meus amigos
Agradeço
essa acolhida
Pois
tenho sangue de taura
Que
peleja pela vida
Mas não
esquece seu chão
Mesmo que
dê a partida.
JOSÉ HEITOR FONSECA.
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