Crescer no pago sulino
Sobre o lombo do cavalo
É cumprir com seu destino
Sem nunca errar um pealo;
Conservar a tradição,
Dar de espora em redomão
No centro da polvadeira,
É honrar o pago em si
E viver desde guri
Na atividade campeira.
Nas noitadas de domingo
Nunca ser um maturrango,
Mas encilhar o seu pingo
Pra visitar um fandango.
E sem se fazer de tonto,
Ouvir uma gaita ponto
Choramingar a vaneira,
Enquanto na multidão
Vai procurar no salão
Uma prenda dançadeira.
Pois quem já nasce gaudério
Não tem um destino certo,
Sai pra desvendar mistério
Que ainda está encoberto;
Não importando a distância,
Percorre qualquer estância
Com seu cavalo alazão
Que galopa pela estrada
E às vezes pede pousada
Sobre o teto de um galpão.
Assim o gaúcho vive
Neste solo pampiano,
Entre penhasco e declive
Sempre tem um lugar plano
Com pastagem verdejante,
Igual tapete gigante
Pela sua linda estampa
Que reflete o céu azul,
Meu Rio Grande do Sul,
Essência viva do pampa.
José Heitor Fonseca.
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